De manhã cedo, quando voltava para a cidade, Jesus teve fome. Vendo uma figueira à beira do caminho, aproximou-se dela, mas nada encontrou, a não ser folhas. Então lhe disse: “Nunca mais dê frutos!” Imediatamente a árvore secou. Ao verem isso, os discípulos ficaram espantados e perguntaram: “Como a figueira secou tão depressa?” Jesus respondeu: “Eu asseguro que, se vocês tiverem fé e não duvidarem poderão fazer não somente o que foi feito à figueira, mas também dizer a este monte: ‘Levante-se e atire-se no mar’, e assim será feito. E tudo o que pedirem em oração, se crerem, vocês receberão”. Mateus 21:18-22 Quando nos deparamos com o texto acima, inevitavelmente começamos a pensar na famosa frase “a fé remove montanhas”, porém, é imperativo entendermos o incidente envolvendo Jesus de Nazaré e seus discípulos com a figueira cheia de folhas, mas desprovida de frutos, pois ao sentenciar que aquela árvore deveria secar, Jesus está fazendo uma alusão ao sistema religioso que se orgulha de ser imponente nas suas estruturas (folhas), porém vazio de resultados práticos de vida (frutos), ao mesmo tempo, Jesus afirma que a fé transportaria a montanha, mas não é qualquer montanha, Ele está se referindo ao monte Sião, que é o orgulho e a referência histórica para os judeus daquela época, Ele está dizendo que a partir de agora, o novo conceito de culto a Deus está sendo inaugurado, não mais em Sião e Jerusalém com todos os seus aparatos e cerimonialismos, mas agora, aquele que tiver fé, não precisará mais de locais específicos para buscar a Deus, Ele sabe que a cidade religiosa de Jerusalém clamará por sua morte, Ele sabe que será rejeitado, mas agora, Cristo oferece a liberdade de buscar a Deus em todo lugar, tempo e circunstâncias (João 4:23-24), pois ao afirmar que Ele é O Caminho, A Verdade e A Vida (João 14:6), Ele está dizendo que não há mais impedimentos geográficos, culturais e nem mesmo intermediários para que a criação finalmente possa se aproximar do Criador. Por Jair Nogara
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